#CopadoBrasilNoDP
Zimmermann elogia o desempenho do Brasil e diz acreditar em reversão contra o Atlético na Baixada
Após a derrota por 2 a 1 para o Galo, nesta quarta (12), no Mineirão, treinador xavante falou sobre o jogo e também da arbitragem, que marcou pênalti polêmico
Foto: Cristiane Mattos - Especial - DP - Comandante rubro-negro enxergou uma partida que transcorreu "dentro do esperado"
Rogério Zimmermann disse que o clima no vestiário era, evidentemente, de chateação pela derrota. Mas a entrevista do treinador do Brasil logo após o jogo diante do Atlético, nesta quarta (12), no Mineirão, foi também marcada por um claro sentimento de otimismo - e satisfação por conta da performance de sua equipe. O técnico xavante disse acreditar na reversão do cenário - um revés por 2 a 1 - na partida de volta, marcada para o dia 26, às 19h30min, no Bento Freitas, valendo vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil 2023.
A seguir, veja os principais trechos da manifestação de RZ em Belo Horizonte. Ele abordou o desempenho do time rubro-negro diante do Galo, lembrou da diferença orçamentária, citou o impacto físico e emocional, também considerando o período sem compromissos oficiais do Brasil, e ainda fez críticas à arbitragem de Edina Alves Batista, que apitou pênalti sobre Hyoran aos 41 minutos do segundo tempo - Hulk converteu e deu o triunfo aos mandantes.
> Os principais lances de Atlético 2 x 1 Brasil.
Avaliação geral
"O jogo foi mais ou menos dentro do esperado. Fomos uma equipe muito bem organizada boa parte do tempo, principalmente quando estava com aquela organização que nós imaginávamos colocar em campo. Sabíamos que, mais pro final do jogo, em função de estarmos há um mês sem jogar partidas oficiais, poderíamos sentir um pouquinho. Até as últimas trocas, o time estava marcando bem e ainda, não toda hora, criando oportunidades, pelo menos uns bons contra-ataques, bolas paradas".
Peso do desgaste físico e das trocas
"Lógico que no momento que sai o João [Marcus, zagueiro], uma referência ali com o Dumas, aí você tem que passar o Chicão pra zaga, fazer muitas trocas de posição. Hoje não tínhamos zagueiro no banco. Aconteceu um imprevisto tanto com o Cézar [Henrique] quanto com o Tony [Lucas, ambos não viajaram e o elenco ficou sem zagueiros de origem entre os reservas]. Acho que o time foi organizado, sentiu um pouquinho a falta de ritmo de jogo. E evidentemente você está jogando contra uma outra turma. No Mineirão, contra o campeão mineiro, com grandes jogadores. Ele até colocou um ou outro jogador que não vinha atuando tanto e guardou pro segundo tempo os outros".
Reclamação da arbitragem
"O João [Marcus] pede pra sair, o Patrick, o Da Silva, o que é absolutamente normal. Mas foi importante o nosso primeiro gol. Aquele gol nos possibilitou ainda ter um gás, mesmo sabendo que o Atlético ia pressionar. O pênalti... nem todo puxão é pênalti. Mas é interpretação, e quando dá interpretação... O puxão não é suficiente pra derrubar, até porque ele já tinha chutado a bola. Mas... tá bem, tranquilo. Aí é interpretação, e aí vamos sempre sofrer. Obviamente não foi suficiente pra derrubar, né... mas a gente tem que aceitar. O que não posso aceitar da Edina [Alves Batista] é que quando o João [Marcus] saiu, ele estava atrás da goleira, e o Márcio [Jonatan] caiu. [Ela] Achou que o Márcio estava fazendo cera e eu estava com dois jogadores pra entrar. Ela percebeu o Márcio deitado no chão e não viu que o João estava fora. Eu não queria que ela parasse a substituição pelo Márcio, mas pelo João, que saiu. Não achei uma boa arbitragem não. Era mais fácil ela apitar falta a favor do Atlético do que contra nós. Vou deixar essa questão de foi ou não foi pênalti, porque está bem dividido, embora eu ache que não. Pegar na camisa não quer dizer que foi... tem que ter força suficiente. Mas o VAR, quando faz em câmera lenta, sempre vai ser pênalti. Tem que ver se já estava chutando, se já caiu. Mas talvez tenha um puxão lá no Bento Freitas, a nosso favor, e o árbitro marque."
Projeção da volta
"Fomos conduzindo o jogo da nossa maneira. Lógico, existe sempre uma pressão no início. Não teve grandes defesas do Pitol. O time soube conduzir bem o jogo. Não adianta só ficar marcando, tem que criar chance, atacar. Nosso time foi bem, Patrick, Da Silva, segurando bola, Rafael... Com o passar do tempo, e isso não tem nada a ver com preparação, tem o desgaste, e aí você tem que colocar jogadores. E não estávamos com todos os jogadores à disposição. A parte defensiva, os dois zagueiros, o Jonathan [Bocão, com problema no tornozelo], perdemos o Rennan [Siqueira, que se transferiu ao Náutico]... Lá na parte ofensiva, tínhamos Wellington, Beléa, Luiz Felipe... tínhamos mais opções. Mas aí é uma questão de grupo, de investimento. Dentro dos nossos limites, acho que o torcedor está muito satisfeito. Pra quem ficou um mês sem jogo oficial, sem aquele ritmo, acho que foi uma boa partida. A gente sempre quer mais, ok, mas o jogo está aberto. Vamos jogar no Bento Freitas, com o apoio do nosso torcedor, dependemos da gente. Evidentemente que o Atlético tem mais chances, é favorito, toda aquela coisa. Mas a gente não pode nunca duvidar da força do Bento Freitas, da força do torcedor. Hoje eram torcedores, mas distantes, na arquibancada superior e tal. O Bento Freitas cheio é mais um reforço importante. Pra gente ter ambição de passar de fase."
O pós-jogo no vestiário
"O primeiro momento no vestiário foi dos jogadores chateados. Os jogadores não gostam. O jogador chega brabo, podia ter empatado, podia ter ganhado. E é esse sentimento que tem que ter. Uma coisa é eu estar conversando com o torcedor, com a imprensa, e analisar friamente, o contexto. O América perdeu de 2 a 0 pro Atlético no Mineirão, nós perdemos de 2 a 1. Mas o sentimento inicial é chateado, brabo, como tem que ser. Uma coisa é falar da grandeza do Atlético, de investimento. Nós temos 200 e poucos (mil reais) de folha salarial [a do Atlético chega a 20 milhões]. Derrota não é bom pra nós. Quem joga no Brasil, perdeu tá ruim. Não vai pensar que teve tapinha nas costas. Está todo mundo p*** da vida. Agora, eu, longe deles, tenho que fazer uma análise. O time jogou. Lógico que chega um determinado momento do jogo que as trocas, o tempo sem fazer jogo oficial, a parte emocional... e os jogadores que entram, eles não têm culpa que quando tu entra e o time não está tão organizado como no início, tu afoga. Não é uma questão de preparação física, é emocional. Pelo contrário, tenho que elogiar muito a preparação física. Até achei que a gente ia sentir [o físico] antes do que aconteceu. No final estava o Dumas também sentindo. Mas enfim... Eu tenho que ver, como técnico, que o time foi organizado, honrou a camisa, está chateado com a derrota, mas esperançoso que, junto com o torcedor, podemos reverter."
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